Governo tenta ganhar fôlego em meio a impasse do IOF

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) se reuniram na noite de ontem com líderes partidários do Congresso e com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O encontro ocorreu em meio às pressões do Congresso contra o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que deve ser derrubado pelo Legislativo.

A forte reação dos parlamentares e do setor produtivo forçou a equipe econômica do governo a procurar alternativas para compensar a frustração da arrecadação com a alta da alíquota, que estava prevista em cerca de R$ 20 bilhões. A possibilidade de novos contingenciamentos ou bloqueios para fechar as contas deste ano, como o de R$ 31,3 bilhões anunciado em maio, está aberta. O que os líderes do Congresso não querem é que o governo aumente impostos para bancar sua agenda expansionista em um momento em que a popularidade está em queda.
 

 

A reunião começou por volta das 18h e, não terminou até o fechamento desta edição. Isso demonstra que o clima das conversas não foi de consenso, apesar das falas de Haddad e de Motta na última semana terem indicado um aparente alinhamento em prol da reforma administrativa e do fim de diversos incentivos tributários.
 

O Correio apurou que o clima da reunião não foi bom, de acordo com fontes consultadas pela reportagem. Durante a conversa, Haddad apresentou uma ideia que mantinha o decreto que aumentou a alíquota do IOF, mas colocava como prioridade a aprovação do corte de supersalários. Essa solução, porém, seria insuficiente.
 

Antes da reunião, na tarde de ontem, Gleisi destacou a importância do encontro para manter o diálogo com os líderes do Legislativo para definir ajustes que manterão o equilíbrio fiscal. "Estamos dialogando com os líderes do Congresso, com os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, para fazer alguns ajustes para manter o equilíbrio fiscal", escreveu, em seu perfil no X.
 

Na publicação, ela também criticou o que classificou como especuladores ou pessoas que "torcem contra" o país. Segundo a ministra, "o compromisso" do presidente é manter o país na rota do desenvolvimento. "Enquanto alguns especulam e outros torcem contra o país, Lula trabalha com seriedade e confiança por um Brasil melhor."
 

A expectativa é de que a derrubada do IOF avance ainda nesta semana. Segundo o presidente Hugo Motta, há possibilidade de pautar já amanhã um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para revogar esse decreto.
 

Em um evento no sábado, Hugo Motta adiantou algumas das prioridades da Câmara. Fez uma defesa enfática da reforma administrativa — cuja comissão especial terá a primeira audiência pública também amanhã — e do fim de isenções fiscais cuja eficácia, segundo ele, não tem sido medida de forma transparente.
 

Da parte do Executivo, há ainda uma série de medidas que ficaram para trás no pacote de corte de gastos, apresentado em novembro. Um deles é o fim dos supersalários, que deve esbarrar no forte lobby do Judiciário. Outro é o projeto que altera a aposentadoria de militares, que não tem previsão para avançar e também conta com os esforços de obstrução da categoria. A pouco mais de um ano e com o apoio eleitoral de diversos setores em jogo, não há solução simples e nem o Congresso nem o Executivo querem prejudicar seus aliados.
 

 

PL ausente
 

O PL, que detém a maior bancada da Câmara dos Deputados com 89 parlamentares, não teve representantes na reunião entre membros do governo e líderes da Casa.
 

Segundo o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (RJ), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convidou apenas líderes de siglas que integram a base do governo. Sóstenes já disse que o partido é contrário a qualquer tipo de aumento de imposto. "Nós não somos governo, nós somos oposição. Nós somos contra todo e qualquer tipo de aumento de imposto", afirmou. (Colaborou Rosana Hessel). 
 

Fonte: correiobraziliense

 

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