Dívidas em atraso são velhas conhecidas de muitos brasileiros e atingem cada vez mais pessoas, ano após ano. Dados levantados pelo Serasa e atualizados até o mês passado mostram que a inadimplência já atinge 77 milhões de brasileiros, o que representa um incremento de cerca de 3 milhões de novos cidadãos com dívidas que já venceram e ainda não foram pagas, desde o início deste ano.
Do total de inadimplentes, cerca de 35 milhões possuem dívidas em bancos, sendo que 11 milhões mantêm dívidas em atraso apenas com essas instituições financeiras, de acordo com o Mapa da Inadimplência do último mês de maio, publicado, ontem, pelo Serasa. Segundo esses dados, há mais de 65 milhões de dívidas em atraso no país relacionadas somente aos bancos. No Distrito Federal já há 1.396.029 de inadimplentes.
A pesquisa mostra que o segmento de bancos e cartões respondeu por 27,8% de todas as dívidas que ficaram atrasadas no país em maio. É o segmento que lidera a estatística, em relação a outras modalidades. Além desse grupo, também se destacaram como principais "vilões" da inadimplência no país nesse período, as contas de água e luz (20,3%), as instituições financeiras (19,3%) e os serviços (11,9%).
Sobre esse cenário, o porta-voz do Serasa, Giovani Inocente, avalia que, para o consumidor, é importante evitar ao máximo o uso de cartão de crédito e, se tiver que usá-lo, evitar grandes parcelas ou valores exacerbados. "É o famoso 'não comer e fazer exercício'. No caso das finanças, é o mesmo caminho: evitar contrair novos créditos e fazer um pouco de dinheiro, para a gente não acabar nessa conta", destaca.
Na tentativa de entender o perfil das dívidas contraídas por meio dos bancos, o Serasa fez um levantamento, com 921 credores dessas instituições financeiras, segundo o qual o principal responsável pela inadimplência nesse recorte é o cartão de crédito, que acomete 69% dos clientes com dívidas em atraso nos bancos. Em segundo lugar, está outro vilão: o cheque especial, respondendo por 56% de todos os inadimplentes nessas instituições.
"O cheque especial é um recurso para ser usado em pouco tempo. Mas o que a gente acaba vendo — não em todos os consumidores, obviamente, mas acredito que na maioria — é o uso recorrente dele em todos os meses. Você cobre, depois no outro mês de novo, cobre no outro mês novamente, e cada vez ele cresce um pouquinho mais. Então, a gente vê uma tendência de não conseguir sair desse ponto", acrescenta Inocente.
Apesar de estar em queda no país, o desemprego ainda é, com folga, o principal motivo das dívidas com os bancos, e responde por 40% do total. O porta-voz do Serasa reconhece que é necessário pensar, acima de tudo, no sustento da casa e da família. Mas orienta a tentar acumular uma reserva financeira, separando um pouco da renda mensal.
Nesse cenário, o Serasa promove um mutirão de negociação de dívidas em atraso, com parcelamento e descontos que chegam a até 97% em maior de 40 bancos credenciados. Para negociar dívidas nesse mutirão, o primeiro passo é baixar o aplicativo da Serasa, disponível para sistemas Android e iOS. Após inserir o CPF e preencher um breve cadastro, o usuário tem acesso às suas informações financeiras, incluindo dívidas e o Serasa Score. Em seguida, ao clicar em "Ver ofertas", é possível visualizar as dívidas com descontos aplicados e escolher a melhor condição para pagamento, acessando o item "Negociar".
Após escolher uma oferta, o usuário define a forma de pagamento, que pode ser por boleto ou Pix, selecionando também o vencimento e número de parcelas. Antes de finalizar, é necessário revisar as condições e clicar em "Concluir acordo". O último passo é realizar o pagamento conforme o combinado. No caso do Pix, basta copiar a chave gerada e colar no app do banco para efetuar a quitação.
Fonte: Correio Braziliense
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