Desemprego no Brasil cai ao menor nível da série histórica

O mercado de trabalho brasileiro manteve o ritmo positivo e registrou, no segundo trimestre de 2025, a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012. O índice ficou em 5,8%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação ao trimestre anterior, o desemprego caiu em 18 das 27 unidades da federação e se manteve estável nas demais nove.

Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%) apresentaram as maiores taxas de desocupação, enquanto Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%) registraram os menores índices. Os números consideram a reponderação da série histórica feita neste ano, com base nas projeções populacionais que incorporam os resultados do Censo 2022.

A queda no desemprego se refletiu em todas as faixas de tempo de procura por trabalho. Duas delas — entre 1 mês e menos de 1 ano, e entre 1 ano e menos de 2 anos — atingiram o menor contingente para um segundo trimestre desde 2012.

O destaque foi a redução de 23,6% no número de pessoas que procuravam emprego havia dois anos ou mais, totalizando 1,3 milhão no período. Para o analista do IBGE William Kratochwill, os dados indicam um cenário favorável. "O mercado de trabalho segue aquecido e resiliente, com mais oportunidades absorvendo trabalhadores, inclusive aqueles com mais dificuldade de recolocação", avaliou.

Gênero

Apesar da melhora geral, o recorte por gênero mostra que as mulheres seguem enfrentando maiores barreiras. A taxa de desocupação feminina foi de 6,9%, contra 4,8% entre os homens. No recorte por cor ou raça, brancos (4,8%) apresentaram taxa abaixo da média nacional, enquanto pretos (7,0%) e pardos (6,4%) ficaram acima. A escolaridade também é fator determinante: pessoas com ensino médio incompleto tiveram o índice mais alto (9,4%), e quem concluiu o ensino superior apresentou o menor (3,2%).

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 37,8% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (56,2%), Pará (55,9%) e Bahia (52,3%) e as menores, com Santa Catarina (24,7%), Distrito Federal (28,4%) e São Paulo (29,2%).

Para o analista do IBGE, estes dados são outra consequência de um mercado de trabalho aquecido. "A redução da taxa de informalidade é reflexo desse bom desempenho. O mercado de trabalho forte proporciona mais ocupação aos trabalhadores, formal e informalmente. Os números mostram um aumento de 1,8 milhão de ocupados, sendo 17,6% deles informais (318 mil), o que permite a redução da taxa", explicou Kratochwill.

Segundo Pedro Ros, CEO da Referência Capital, para que o avanço no emprego seja mais consistente. "O país precisa de uma política econômica orientada por reformas estruturais, como a simplificação tributária, a redução do custo do crédito e maior segurança jurídica. Um ambiente mais previsível e competitivo é essencial para destravar investimentos e acelerar contratações sustentáveis no setor privado", disse.

Para Jorge Kotz, CEO do Grupo X, a geração de vagas sustentáveis passa por uma agenda de educação empresarial e acesso facilitado ao crédito. "Precisamos preparar melhor os empreendedores para gerir seus negócios e adotar políticas públicas que incentivem o crescimento das empresas de forma estruturada", pontuou.

Informalidade

A taxa de informalidade no país foi de 37,8% no segundo trimestre. O Maranhão lidera o ranking (56,2%), seguido por Pará (55,9%) e Bahia (52,3%). Já Santa Catarina (24,7%), Distrito Federal (28,4%) e São Paulo (29,2%) registraram os menores índices.

Segundo Kratochwill, a tendência é consequência do bom momento do mercado: "O aumento de 1,8 milhão de ocupados, sendo 17,6% informais, contribuiu para reduzir a taxa de informalidade, já que a maior parte das novas vagas foi formalizada."

O IBGE calcula a taxa de informalidade considerando empregados sem carteira assinada, empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares. "O mercado de trabalho está reagindo, mas ainda há uma ociosidade preocupante. Em um país com alto nível de informalidade e crédito escasso, a retomada do emprego depende diretamente da confiança dos empresários. É urgente avançar em políticas de estímulo à reestruturação de empresas, acesso ao crédito e desoneração da folha, especialmente para setores mais intensivos em mão de obra", afirmou André Matos, CEO da MA7 Negócios.

Fonte: correiobraziliense

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